terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Poema - Homofonia

Já procurei fazer um censo
Para entender qual o teu senso
O que te faz aos céus ascender
Aquilo que eu não consigo acender
Já tentei flores ou um bonito buxo
Mas parei quando vi o teu bucho
Depois fiz de tudo para consertar
Palavras calmas para concertar
Às vezes acho que sou um insipiente
Ou talvez você que é incipiente
Já ofereci castelo e paço
Mas me diga para onde vai o seu passo
Tira o ponto desse laço
Pois de você já estou lasso

Autor: Caio Lorena

Poema - Chega solução

Tanta demora para um simples sim ou não
Qual o problema para uma solução
Marca de vez um x na questão
Do lado interior vem a tua imprevisão
Do lado exterior a frieza da tua mão
Mas eu odeio essa sua indecisão...

Espero uma resposta do fundo do coração
Uma resposta disposta com argumento e razão
Se me acolhe como amor ou dispensa como pavão
Nasci em fevereiro para tua salvação
Mas eu odeio essa sua indecisão...

Me aceite, me ame, ninguém gosta da solidão
Da paixão, da solidão, tomaria qualquer poção
Juro que não coleciono figurinha em coleção
Será que é medo ou ilusão?
Mas eu odeio essa sua indecisão...

Autor: Caio Lorena

domingo, 27 de dezembro de 2009

POEMA - Circo nacional

É muito fácil vender sua opinião
Em troca de cinqüenta, apoiar a corrupção
Como se não bastasse, vai no mercado
Vender o país, a cidade ou o próprio estado

É muito fácil reclamar do que vê na tevê
Se o telejornal está mostrando o verdadeiro você
Achando tudo normal, você não vê a máscara
Com o seu dinheiro compram sítio, fazenda e chácara

Seus escolhidos vão pra Brasília
Quando deveriam ir para a bastilha
A bastilha pronta, aguardando o político
Coca-cola, pipoca e que comece o circo

Circo que a platéia é a palhaça
O circo que não tem a menor graça
O circo nacional quase todo viril
O circo que chamamos de Brasil


Autor: Caio Lorena

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Poema - A fome dos outros

Enquanto você de fartura, come
O outro lado vive na miséria
O outro por trás de um galho se esconde
O outro come até pedra e terra

Enquanto você desperdiça a comida
O outro lado chora por vida
Lágrimas de tristeza e abandono
Enquanto você no sofá de luxo, cai no sono

Enquanto você pensa no light ou diet.
Escolhendo entre vinho, champagne ou sprite
O outro morre por falta de água
E o urubu não perdoa nem a pobre alma

Se você tem nojo no porco, da bisteca
Imagine da criança que tem visível, a costela
Enquanto para você magreza é sinônimo de beleza
O outro lado vê esta beleza, com tristeza

A tristeza de quem daria tudo
Daria tudo por um prato de comida
Prato de comida como uma destemida
Destemida fome de viver neste mundo
Mundo que não passa de inútil
Inútil, imundo, inacreditável e fútil


Autor: Caio Lorena

Poema - Homografia

Desse teu jogo
Eu não mais jogo
Do teu desespero
Não me desespero
Se me dá cede
Passo na tua sede
Me chama pro almoço
Então, almoço
Pois quando você parte
É só mais uma parte
É como insistir no erro
Que no final eu sempre erro
É o fim
Tchau, enfim
Adeus!


Autor: Caio Lorena

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Poema - Você se foi?

Tua sempre conversa de escocês
Levando nas fugas tamanha incompreensão
Partindo sem dó o meu coração
Já que se foi, vá-te embora de vez

Logo eu que imaginava ter grande sensatez
Desde o momento no qual nos conhecemos
A me evitar como dois extremos
Supus fazer parte da timidez
Já que se foi, vá-te embora de vez

Partiu às três
Sem explicação nem porquê
Sem preocupar-se com o mau que fez
Sem ao menos buscar me entender
Já que se foi, vá-te embora de vez


Autor: Caio Lorena

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Poema - Status social

Te olham de baixo para cima
De um lado para o outro
A procura de uma pecinha
Ou de um pedaço de ouro

Não importa o teu rosto
Só a roupa que tu veste
Se está de carro novo
Não ligam pro teu “disquete”

A mala vem chegando atrás
Com um bolo de dinheiro
Caráter e dignidade? Jamais!
Ninguém se vê no próprio espelho

Espelho que nos mostra a face
A face de quem não pensa
A face de quem quer disfarce
No nosso mundo sem cérebro e cabeça

O cheque que compra e vende
Mercadoria, cabelo e a moda
Aos olhos de quem assiste descrente
Vende-se até a própria alma


Autor: Caio Lorena

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Poema - Espaço Moderno

Quase sempre me vejo num filme
Não é comédia, romance nem suspense
Talvez um drama meio que imaginário
Como o único peixe nadando no aquário
Como para um bêbado, a última gota de aguardente

Vivemos rodeados de incertezas
A única certeza é que, não admitimos o corrompimento
O dinheiro é essencial pro casamento
A felicidade no aquário, se esconde nas profundezas
Como um artista que vende seu talento
Como um rico dono das empresas

Quando não nos convém, saímos de rompante
Quando o mal nos aparece, fazemos uma prece
Quando a máscara cai, retornarmos ao instante
Como um aproveitador de instantes
Como um mentiroso que a própria mentira esquece


Autor: Caio Lorena

Seguimento no blog!

A partir de hoje, continuarei a jornada iniciada pelo meu maior ídolo( Felipe Lorena).