segunda-feira, 10 de junho de 2013

São coisas que nunca mudam...

Tá tudo bem. É certo que aquela rampa gigante continua tomando espaço no pátio da frente – onde brinquei bastante. Mas continuam por lá a entrada, as bolsas penduradas na porta da sala, as mesas verdes, as frases estampadas na parede das salas. E isso é o que importa.

Cada vez que volto ao Colégio Maria Montessori encontro novos rostos, que são os novos moradores da minha (nossa) eterna segunda casa, onde vivi dias felizes como poucas vezes na vida. É um pouco estranho, mas nós também nos mudamos para a faculdade, então, não podemos exigir em troca a exclusividade, seria egoísmo, é bom que novas crianças compartilhem do que vivemos.

Quando chego lá e me deparo com o reconhecimento instantâneo no abraço dos antigos funcionários e ex-professores, sou tomado pela certeza de que tudo aquilo ali é verdadeiro. O que vivi quando criança foi real e faz sentido. Cresci acreditando naquelas pessoas e elas nunca me decepcionaram, não foi em vão.

As pessoas mais éticas que já conheci (e revejo sempre que posso) passaram por lá também. E não poderia ser diferente, porque o que é tradicional nos ensina e molda desde pequenos, sem desistir, mesmo que tenham de resistir e lutar contra essa nova ordem de colégios (?). Esses que andam por aí vendendo pessoas como números frios em outdoors espalhados pela cidade. Vendem ensino, não transmitem educação e cidadania. Há muita diferença nisso, e só quem estudou em um tradicional conseguirá entender.

Por 14 anos, eu e meus amigos passamos nossas tardes - depois manhãs – em um local que desejávamos sair o mais rápido possível para a tão desejada vida adulta. Foram 14 anos por lá, mais da metade das nossas vidas até então. E só de pensar que, no ensino médio, a expectativa de um adeus alimentava esse discurso tolo da despedida...

Hoje, porém, toda vez que retorno sinto a saudade mais sincera do recreio no bosque, do material dourado, das aulas de ciências da tia Dú, do pastão de vento da dona Raquel. Cada pequeno detalhe faz falta, e falo sério, não é exagero.

São coisas que nunca mudam e não serão esquecidas... Tento, a cada dia, aplicar o que aprendi por mais de uma década.


Porque “nesse jardim vive uma criança a fim de aprender como deve ser o mundo”.

P.S: Peço desculpas pela qualidade das fotos, mas foram tiradas às pressas e sem um Iphone.