domingo, 22 de novembro de 2015

prioridades

Quando não tem nada para fazer, o maceioense vai à Bienal, visita livrarias, percorre corredores para comprar discos e livros. Que serão devidamente colocados, com plástico e tudo, de forma horizontal no fundo da prateleira da sala de leitura. Onde permanecerão inertes e sujeitos passivos, jamais ativos. Quando, enfim, ganharão algumas manchas com o ciclo fatalístico de verão a verão. Findo o trabalho, o maceioense se dedica ao que tem de melhor para fazer: se esbalda no sertanejo com long necks no balde, gasta tempo na igreja ou vai ao cinema ver a nova comédia global.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Nunca ao norte

Eu vou pegar minha viola, puxa a cantora. Eu vou, eu vou, contesta a plateia. O coro não demora a preencher todo o salão do coletivo. Os tambores invadem a mansão da timidez. Há uma menina cujas mãos não querem desprender dos lados da saia. Saia longa, meio vermelha, com arte rupestre ou africana, não se sabe ao certo. A cabeça faz Leste-Oeste mais rápido que chocalho, mas nunca aponta para o norte, onde estou. É das mais bonitas que já vi dançando nesse jeito louco. Os pés agitados casam com a inquietude que me assume. Há um só problema, um problemão que atende por namorado. Não me causa espanto. .