Tá tudo bem. É certo que aquela rampa
gigante continua tomando espaço no pátio da frente – onde
brinquei bastante. Mas continuam por lá a entrada, as bolsas
penduradas na porta da sala, as mesas verdes, as frases estampadas na
parede das salas. E isso é o que importa.
Cada vez que volto ao Colégio Maria
Montessori encontro novos rostos, que são os novos moradores da
minha (nossa) eterna segunda casa, onde vivi dias felizes como poucas
vezes na vida. É um pouco estranho, mas nós também nos mudamos
para a faculdade, então, não podemos exigir em troca a
exclusividade, seria egoísmo, é bom que novas crianças
compartilhem do que vivemos.
Por 14 anos, eu e meus amigos passamos
nossas tardes - depois manhãs – em um local que desejávamos sair
o mais rápido possível para a tão desejada vida adulta. Foram 14
anos por lá, mais da metade das nossas vidas até então. E só de
pensar que, no ensino médio, a expectativa de um adeus alimentava
esse discurso tolo da despedida...
Hoje, porém, toda vez que retorno
sinto a saudade mais sincera do recreio no bosque, do material
dourado, das aulas de ciências da tia Dú, do pastão de vento da
dona Raquel. Cada pequeno detalhe faz falta, e falo sério, não é
exagero.
São coisas que nunca mudam e não
serão esquecidas... Tento, a cada dia, aplicar o que aprendi por
mais de uma década.