sábado, 20 de fevereiro de 2016

Ó lá o Olaf

Luiz veste uma camisa verde longa. Ela vai até os pulsos; ela é daquela para proteger do sol. Está mascarado do branco do protetor solar, embora o carnaval tenha passado. Vai até o vidro da porta e repete ho, ho, ho, prentendendo ser o papai Noel mais jovem de que se tem conhecimento. As orelhas grandes prendem melhor o mundinho de palavras que a gente libera.

Na água, aprendeu a se equilibrar no balançar das boias. Tem dois anos e, com seus braços, espanta os dos outros de perto. Dispensa a piscina para correr atrás da bola. Há uma imagem do Olaf, aquele bonequinho de gelo do filme Frozen, nela. É dividida pelo calor e gelo.

Da piscina, rebato seus arremessos de fora dela. Cabeceio para longe e digo Ó la o Olaf até que se localize e persiga a bolinha uma vez mais, tropeçando mais que correndo. Finjo que estou ratando a bola; Luiz gargalha, Clarinha o segue. As crianças podem ver a felicidade em tudo. Ele pede para repetir, ri e embola. E ri, ri, ri...

sonora


A palavra silêncio emite muitos sons

O circunflexo dá a força, dita o ritmo

Reforma ortográfica nenhuma pode mudá-la

Isso está certo

Mas...

Falando em silêncio, meu bem

Qual seria a graça de um

Que não fizesse barulho

Que não tivesse olhos

Que não se apagasse perturbador

Como o seu

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A gente se
queixa da deixa
que não fecha