quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Você não tem créditos suficientes...


(Baseada em fatos reais) Quarta-feira à noite, no Brasil, é sinônimo de jogo. O relógio marcava umas 18h55min e eu acabara de chegar com o motorista da empresa ao Rei Pelé para cobrir a peleja entre CSA e Murici, que só seria disputada dali a uma hora e trinta e seis minutos –contando com o minuto de silêncio e desconsiderando o atraso usual. Mas por que eu estava lá tão cedo? Simplesmente porque, meus caros, a direção do Centro Sportivo marcara para as 19h um desfile com o objetivo de lançar a linha 2013 do clube marujo.
Isso tudo significava que eu tinha apenas 5 minutos para colher algumas informações e capturar algumas ibagens. Isso, 5 minutos. Mas, por uma sorte (seria acaso?) do destino, o último “modelo” a entrar no tapete azul estava bem atrasado. Fiquei mais calmo e suei. Tava quente pra dedéu! Quando a cerimônia teve início, puxei logo a câmera para tirar as fotos e... granulou! A minha modesta máquina consegue enganar durante o dia, mas é impossível “maquiar” à noite. Não sou um exímio fotógrafo, admito, mas foram as limitações daa câmera mesmo. Resultado: fiz algumas ibagens e parti pro campo assim que o desfile acabou. O ponteiro já apontava 20h10min. 'Corre, sua anta, se não vai perder a entrada dos times!'
Lá no campo, fiz algumas fotos de “segurança” (jogadores perfilados, durante o aquecimento, bolas paradas) e tentei umas mais difíceis. Sem muito sucesso. Já no finalzinho da disputa, lá pros 45 do segundo tempo, saquei o celular do bolso: era o momento de avisar ao motorista que meus trabalhos já estavam concluídos. Disco o número e..
“Você não tem créditos suficientes para completar esta ligação, recar...”
‘Puta que o pariu!’, foi o que me veio à cabeça. ‘Mas eu tenho 27 centavos de crédito!’

Pensei rápido e descobri que a única saída seria o meu pai – que foi assistir o jogo e sempre atende minhas ligações a cobrar, afinal, é pai. ‘Pai, coloque crédito no meu celular, tou precisando pra fazer uma ligação’. 

Percebendo minha situação, colocou-se a disposição para me levar de volta ao trabalho. Aceitei, é óbvio, era a única saída no momento.
Quando saía do estádio, o motorista já estava me esperando.  Liguei para o meu bom velho e cancelei a carona. Ao menos essa sorte (seria acaso?) do destino eu tive. É certo que ele, o motorista, segurava um pneu e tinha a mão banhada a graxa, mas isso aí já cabe noutra crônica...

Só um exemplo das belas fotos que tirei durante o desfile. Umas duas ou
três se salvaram.
Crédito: Precisa mesmo?

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