segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Final de ano é tempo de algo novo


O último mês da faculdade, a viagem para a casa de praia da família, a nova coleção de roupas que está chegando, inúmeras festas nos lugares mais freqüentados da cidade: tudo isso faz parte do mês de dezembro, o último do ano. Além disso, existe ainda a comemoração tradicional do natal, nascimento de Jesus, que reúne as famílias para um farto jantar.

É, ainda, o mês do carnaval fora de época em algumas cidades, a oportunidade que o cinéfilo tem degustar os novos filmes em cartaz, o tempo ideal para perder uns quilinhos e, assim, estar preparado para o verão.

Para mim, foi o momento exato de checar os pneus do carro - ainda que o possante estivesse clamando por isso há um bom tempo – já que, naquele dia, a aula acabara mais cedo. Tomada a decisão, me dirigi à oficina recomendada por meu pai.

Fui atendido por um rapaz, de certa forma, jovial, moreno, com um avolumado bigode preto, camiseta pólo, bermuda jeans e uma pochete pendurada na lateral do corpo, mais parecendo outra coisa que um porta-objeto ou até mesmo dinheiro. Ao ouvir as queixas de um leigo no assunto carro, pediu-me para aguardar um instante e foi lá dentro providenciar tudo aquilo que precisaria para resolver o meu provável problema.

Retirou o pneu, lavou, verificou e nada constatou.

Aí, chegou um homem, de certa forma, velho que, por sua vez, checou o outro pneu, deu umas batidinhas para desamassar a parte de ferro que o protege e parecia chefiar o jovem bigodudo - que agora se encontrava lá atrás, ouvindo atenciosamente tudo aquilo que o mais experiente falava.

Quando já estava colocando o primeiro pneu em seu devido lugar, soltou uma frase que cravou em minha memória e que dizia mais ou menos assim:

- Tá precisando mesmo é de pneu novo. Todo mundo quer coisa nova no fim de ano, ne? Aí o bichinho quer vestir coisa nova também – disse o velho homem, com um sorrisinho amarelo de orelha a orelha.

Minha reação foi unicamente retrucar o sorriso para aquele homem com uma bermuda de cor que não sei definir com exatidão se era branca ou bege, mas que estava marcada por toda aquela “tinta” preta que é jorrada dos pneus – e que vestia também uma camiseta cinza claro, recheada, também, daquele líquido preto viscoso.

Por fim, cobrou 3 reais pela checagem dos pneus, pelo bom sorriso que proporcionou e pelo ensinamento que o novo não está resumido ao material.

Um comentário:

  1. estou começando a achar que começarei a fazer texto-resposta pra você!! Adorei seu texto, e o mais bonito é perceber detalhes onde ninguém mais vê!Parabéns!

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