segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Somos donos dos nossos destinos
Acontece que às vezes me aparece essa súbita vontade de escrever. Não procuro me restringir a apenas uma vertente, procuro sempre as múltiplas escolhas que a própria vida nos oferece em sua simples espontaneidade. Então, uma verdadeira cerimônia começa a ser preparada. Ligo o computador - abandonei de certo modo a produção à mão, desligo-me do mundo, mas da televisão primeiramente, e, só depois de tudo isso, procuro aconchego nas malhas da rede localizada na varanda. Começo então a desenhar os possíveis traços do tema de hoje: a profissão.
Imagino o acordar de todas as manhãs desses jovens que enfrentarão, geralmente no final do ano, os duros, concorridíssimos e temidos vestibulares. O fardo torna-se ainda maior com a esperança, que também se transforma em peso-responsabilidade, depositada pelos familiares. Passar no vestibular é obrigação, o fracasso é um fracasso. Ponto. Penso então naqueles outros que além de tudo isso ainda são tratados com desdém pelos próprios pais, pelos colégios ou por aqueles que resolveram o direito ou a medicina e nasceram para brilhar.
Os jovens, principalmente pelo que vejo aqui em Alagoas, que não optam por cursar direito ou medicina são encorajados pelos próprios pais a mudarem a decisão. O raciocínio dos nossos heróis é basicamente esse “Você vai morrer de fome se realmente cursar isso”. Vejo então quantos sonhos de vida são abandonados e se tornam apenas lembranças no pote de nostalgias da vida. Então valorizo os que mantêm firme suas decisões e são capazes de agir com responsabilidade e se livrar dos laços conservadores familiares que não existirão para sempre. Precisamos pensar e guiar a nós mesmos.
Concordo com uma frase - que vi em algum lugar e agora peço desculpas ao seu autor, que nos diz mais ou menos o seguinte “Nenhum homem é capaz de viver sem sonhos”. Então eu penso naqueles que não desistem dos desejos de criança de se tornarem lingüistas, engenheiros, biólogos, professores e outras profissões para se tornarem frustrados profissionais e, conseqüentemente, pais e mães herdeiros e vetores do preconceito.
Então, a essa hora da madrugada, encontro-me com diversas dúvidas que me percorrem a cabeça todas as vezes que leio fantásticas matérias. “Será que algum dia eu vou conseguir escrever matérias como esta? Será que serei um jornalista reconhecido?”. Penso no arquiteto que se questiona “Será que poderei fazer obras como as de Niemeyer? Será que vou conseguir fazer tanto quanto Le Corbusier?”. Chego então à conclusão de que são essas dúvidas que sustentam nossos sonhos, nossas vidas. Seremos eternos empenhados em melhoras, não meros conformados com um pouco.
Mas a grande verdade de tudo isto é que o sono já vai chegando e eu preciso sonhar mais um pouco. Sonhar faz bem, rejuvenesce a alma. Gostaria, no entanto, de agradecer a todos aqueles que arcam com suas próprias escolhas e, de certa forma, nos ajudam a construir um mundo melhor, livre de um homogeneizante pensamento ultrapassado e repleto de preconceitos. Um “bravo!” a todos aqueles que legislam seus destinos e suas metas, dia após dia.
Como diria William E. Henley no poema Invictus "Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma."
Obrigado pela atenção.
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amei, simplesmente amei!
ResponderExcluirValeu, Lika! Hehehe
ResponderExcluirSIMPLESMENTE FODA!
ResponderExcluirConcordo plenamente. Tive uma discussão com os meus pais um dia desses sobre o assunto. Eles nos jugam idealistas, mas a verdade é essa: muita coisa no mundo mudou para melhor pois alguém foi idealista. E isso cabe a nós continuarmos sendo!
Quantas vezes mais vou ter que dizer que sou fã de tudo o que vc escreve?
ResponderExcluirÉ isso aí, Sarinha! Valeu!!
ResponderExcluirPo, Danda, que é isso? Brigadão mesmo!!
ResponderExcluirboa cau, mt bom mesmo!!
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